0 Os ensinamentos de Sun Tzu voltados para a administração de empresas
22 agosto 2014
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Liderança
"Comandar muitos é o mesmo que comandar poucos. Tudo é uma questão de organização." — Sun Tzu
Cena do filme Herói, que aparentemente se passa no período em que Sun Tzu teria vivido. |
Sun
Tzu foi um general, estrategista e filósofo chinês que teria vivido no Período
das Primaveras e Outonos da China entre 722 a.C e 481 a.C e escreveu uma obra
sobre estratégias militares composta por 13 capítulos, intitulada de A Arte da Guerra. Muitos dos
ensinamentos de Sun Tzu apresentados nessa obra podem ser levados em
consideração quando o assunto é administração de empresas. Afinal, em um mundo
globalizado e competitivo como o que vivemos hoje, onde a cada dia se
apresentam à sociedade variadas tecnologias e novos serviços, tem exigido cada
vez mais dos administradores, que precisam de uma postura proativa, competitiva,
estrategista e inovadora os ensinamentos desse general chinês podem ser
utilizados como grandes ferramentas para enfrentar as exigências no mundo dos
negócios atualmente.
Essas
ideias foram adequadas e passaram da esfera militar para os negócios e muitas servem
para o administrador como um norte para enfrentar a “guerra” no mundo dos
negócios pois para Sun Tzu era preciso manejar bem e com cuidado a guerra pois
era um instrumento importante para a manutenção do Estado. E para os
administradores é preciso ser um bom estrategista se quiser que sua empresa
sobreviva no mercado dinâmico hoje em dia.
Era
a guerra que definia a vida ou a morte do Estado. Estar preparado para a guerra
era estar preparado para sobreviver. Por isso, Sun Tzu fala sobre cinco fatores
deveriam ser considerados para o Estado obter sucesso em suas campanhas: doutrina,
tempo, terreno, comando e disciplina.
A doutrina
pode ser entendida como um conjunto de princípios e ensinamentos de caráter
político ou religioso, que moldam a cultura, o comportamento e a percepção da
sociedade. É a maneira como se influencia a sociedade. Era preciso ser
eficiente na doutrinação, isso faria com que o povo estivesse em harmonia com o
seu governo, de maneira que enfrentassem a morte e perigos para defende-lo.
Como
doutrinação em uma empresa podemos considerar a missão da organização, que é a
razão da existência da empresa. O que possibilita que os colaboradores sigam
caminhando e concentrando esforços focando em um objetivo. Podemos entender
como doutrina o conjunto de princípios e procedimentos que organizam a forma
com que os colaboradores atuam, a maneira com que são motivados e movidos que
os fazem atingirem os objetivos dentro da organização. Portanto, ter uma missão
bem definida é importante para que todos trabalhem objetivamente em busca dos
resultados desejados.
O
tempo envolvia Ying e Yang, os opostos. Ou seja, as condições climáticas
adversas: frio, neve ou calor e sol, dia ou noite, dia ensolarado ou chuvoso. Se
referia às forças naturais que atuam nos campos de batalha. Era preciso estar
atendo à essas mudanças pois eram fatores importantes que poderiam afetar as
estratégias de batalha.
Por
interações de forças naturais, podemos considerar os fatores ambientais da
empresa, o ambiente interno, o chamado microambiente que envolve consumidores,
fornecedores, mercado e concorrentes. E o ambiente externo à empresa, o
macroambiente, composto pelos aspectos culturais, demográficos, políticos, econômicos,
sociais e legais.
A
análise do ambiente, tanto do microambiente quanto do macroambiente permite
obter dados importantes para detectar ameaças, oportunidades, pontos fracos e
pontos fortes da organização para que se possa se adaptar à mudanças causadas
por essas forças ou aprimorar a forma de atuar no mercado.
O
terreno significava as distâncias e as condições do ambiente e do solo, as
condições geológicas. Era preciso analisar se o local era de fácil acesso ou
não. Era um importante fator para definir o sucesso ou a derrota em um conflito
já que a locomoção e posicionamento de tropas é um dos principais pontos que
podem garantir a vitória.
O
terreno de atuação dos administradores nesse caso é o terreno dos negócios, o
mundo dos negócios. É preciso analisar o terreno para conhecer os concorrentes,
o perfil dos consumidores, para conhecer o tamanho e o potencial de mercado, as
leis que regulamentam aquele setor para atingir a vitória, para vencer a
batalha final que é a satisfação dos consumidores e a obtenção de lucros que
serão usados no desenvolvimento de novas pesquisas, tecnologias novos produtos
e serviços.
O comando
era a forma como a qual era tratada os soldados. Para lidar com eles era
preciso aparentar ser sábio, benevolente e sincero caso contrário teria
soldados desmotivados e infiéis no grupo, que poderiam acabar contaminando
outros soldados.
Por
último, a disciplina tinha a ver com a organização do exército, as classes
hierárquicas e as estratégias de guerra, os suprimento e alocação de recursos
para as tropas sobreviverem e avançarem conquistando territórios e derrotando
inimigos.
Na
administração a disciplina é essencial na estrutura organizacional da empresa. Se considerarmos que os fundamentos da Administração são: Planejamento, Organização, Direção e Controle, logo concluímos que o conhecimento teórico das atividades administrativas é indispensável. Não importa se estas atividades serão executadas em uma pequena loja ou na direção de uma grande indústria multinacional. O conhecimento e a sua devida aplicação é a alma do sucesso. Pois segundo Sun Tzu "Comandar muitos é o mesmo que comandar poucos. Tudo é uma questão de organização."
Para Sun Tzu, aquele líder que considera, analisa e planeja tendo o entendimento desses fatores, tem uma maior chance de vitória do que aquele que não os leva em consideração. É preciso ter harmonia com os seus colaboradores, demonstrar ser sábio e sincero para com os seus liderados. Ter disciplina, organização, saber analisar e se preocupar com aspectos internos e externos aos interesses da organização, pois "A estratégia sem tática é o caminho mais lento para a vitória. Tática sem estratégia é o ruído antes da derrota."
0 A Era da Inovação
14 agosto 2014
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Oportunidade
Na década de 70 em plena era de desenvolvimento industrial, as
empresas conseguiam ser competitivas no momento em que focavam sua atenção no
custo de produção.
Nos anos 80, com o aumento da oferta e a disseminação das técnicas
de produção, as organizações concluíram que apenas reduzir custos não as
tornavam mais competitivas. Os ganhos propiciados com os custos pela
"produção enxuta".
Nos anos 90, a qualidade tornou-se uma prática comum em todas as
organizações, perdendo o caráter diferenciador para se tornar condição
essencial para entrar em determinados mercados altamente competitivos.
Desta forma, as organizações precisam entender que apenas
qualidade e preço, não são mais um diferencial no mercado, as empresas precisam
criar, inventar e reinventar desde seus produtos, bem como processos e pessoas.
"[...] a
inovação acontece quando a empresa ou aprende a fazer algo que não sabia fazer
antes e então começar a fazê-lo de uma forma sustentável, ou aprende a não
fazer algo que fazia antes e continua a não fazê-lo de uma forma sustentável
", tudo isso de forma continua como em um processo de renovação, recriação
e redistribuição. (HASHIMOTO, 2006, p. 114).
Partindo deste pressuposto a inovação não deve ser vista apenas
como o ato de criar coisas novas, mas também de desenvolver o pensamento de
ruptura, um processo de quebra de paradigmas na qual permite entender e
visualizar o atual, o corrente, o tradicional e o rotineiro passiveis de
sofrerem mudanças de melhoria.
O que fundamenta a
inovação não é a atual tecnologia, mas sim as pessoas. O grande diferencial que
irá permitir às empresas sobressaírem na década da inovação será os seus
talentos humanos. Desta forma a próxima era de competitividade será aquela na
qual o desenvolvimento do Capital Humano terá uma importância maior do que tem
hoje.
É preciso investir em pessoas,
peças fundamentais que participam de todas as etapas para desenvolver e
desbravar novos rumos", por isso faz-se necessário que as organizações
desenvolvam um ambiente que estimule a criatividade e consiga dar condições
para a motivação dos seus funcionários.
Em organizações com uma
hierarquia rígida, as pessoas acabam tendo medo de assumir riscos, porém em
organizações onde a hierarquia é liberal pode gerar um P&D (Pesquisa e
Desenvolvimento) sem objetivo. Desta forma, entende-se que para ocorrer a
inovação é necessário um equilíbrio entre hierarquia e independência.
As inovações podem ser
classificadas conforme perspectivas e necessidades de cada usuário, sendo que
conhecer tais classificações se torna importante para empresas que buscam
vantagem competitiva, utilizando-se a própria inovação como uma de suas
estratégias. Mattos e Guimarães (2005) classificam as inovações
como:
incremental: acontece quando são feitas pequenas
melhorias em um produto ou nos processos empregados na fabricação, onde essas
mudanças geralmente aperfeiçoam o desempenho funcional do produto, reduzem seus
custos ou aumentam a eficiência e qualidade dos respectivos processos de
produção;
radical: acontece quando são feitos grandes
melhorias em um produto. Essas mudanças frequentemente fazem com que os
princípios de funcionamento do produto ou dos processos de produção sejam
alterados, envolvendo um nova tecnologia que torna obsoleta a que era
anteriormente empregada e, às vezes exige desenvolvimento de novos canais de
marketing;
fundamental: ocorre quando o impacto da inovação
for de tal natureza que possibilita o desenvolvimento de muitas outras
inovações.
Segundo Mattos e Guimarães (2005), as inovações citadas acima auxiliam o
desenvolvimento e criação de três tipos de inovação:
Inovação de produto: resulta em produto novo ou
melhorado;
Inovação de processo: acontece quando os processos de
produção são alterados de forma que reduza os custos ou melhore a qualidade de
um produto existente, ou quando são especificamente desenvolvidos novos
processos para produzir um produto novo ou melhorado;
Inovação de serviço: acontece quando são desenvolvidos
novos modos de prestação de serviços (MATTOS; GUIMARÃES, 2005).
Nada mais apropriado, se
tratando de inovação, em relatar sobre a Google, onde a combinação de inovação,
tecnologia pura, relação íntima com os consumidores, rapidez, informalidade,
reputação e crescimento meteórico baseado na conquista das melhores cabeças
espalhadas pelo mundo transformou esta empresa no símbolo do que é a Empresa do
século 21. Para sobreviver no mercado as organizações, a exemplo das grandes empresas de tecnologia, hoje precisam investir em pessoas. Cada dia as organizações necessitam mais de criatividade e ideias. Essa criatividade só se encontra em seres humanos. Os colaboradores são o patrimônio intelectual das organizações.
HASHIMOTO, Marcos. Espirito
empreendedor nas organizações: aumentado a competitividade através do
intra-empreendedorismo. São Paulo: Saraiva, 2006.
MATTOS, João Roberto L. de; GUIMARÃES, Leonam dos S. Gestão da
tecnologia e inovação: uma abordagem prática. São Paulo: Saraiva, 2005.
0 Como a tecnologia ajudou a Alemanha ser campeã do mundo
06 agosto 2014
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(Interface do software de gerenciamento Match Insights. Clique para ampliar) |
A SAP, empresa alemã de tecnologia, que desenvolve softwares para administração de empresas foi uma das grandes responsáveis pelo sucesso da seleção alemã de futebol na Copa do Mundo realizada no Brasil. A empresa desenvolveu um programa, chamado de Match Insights.
No início de 2000, Dietmar Hopp, o milionário sócio da SAP, uma das maiores empresas de software do mundo, assumiu como sócio do pequeno TSG 1899 Hoffenheim, clube da quinta divisão alemã. Quando adolescente, Hopp jogara nas divisões de base do time. Por trás da história espetacular da ascensão do clube à primeira divisão está, também a história do tetracampeonato alemão no Maracanã.
O programa armazena imagens da movimentação dos jogadores dentro de uma campo de treinamento através de modernas câmeras. Essas imagens são enviadas para um computador que analisa os dados. É possível observar falhas de posicionamento, marcação, e até pequenos erros de movimentos.
O campo de treino do 1899 Hoffenheim é um parque tecnológico. Em todos os pontos do gramado há câmeras e sensores. Quando vão ao campo, os jogadores carregam sensores também em suas meias. Nenhum movimento passa sem análise. E nenhuma tecnologia deixa de ser testada. Com um Google Glass, o técnico analisa em tempo real dados sobre como se movem seus homens. Com um iPad, é capaz de explicar o que deseja deles. Tudo isso contribuiu para o time subir da quinta divisão para a primeira divisão alemã, e hoje é considerado um time duro de se bater, pelo seu posicionamento em campo, não deixando espaços para os seus adversários.
Com o Match Insights, analisando o movimento dos jogadores alemães em campo, a equipe técnica foi capaz de perceber micromovimentos que poderiam ser aperfeiçoados. Os melhores cronistas logo observaram: os alemães juntaram o estilo de toque de bola do “tiki-taka” espanhol com sua eficiência germânica. Entre a posse de bola e o passe, o tempo foi reduzido de 3,4 para 1,1 segundos. Abaixo, um vídeo da Federação da Alemanha de Futebol, mostrando o programa em funcionamento.
Não é só para aperfeiçoar seu próprio time que serve o programa. Cada equipe que enfrentou os alemães foi cuidadosamente analisada para identificar, sempre, os espaços desguarnecidos. Enquanto os jogadores brasileiros ouviam discursos motivacionais, os alemães viam na tela um mapa com os buracos deixados pelo oponente. Os alemães usam softwares, a tecnologia a seu favor, contam com uma grande equipe de marketing, de apoio. pensam a longo prazo, trabalham com projetos. Enquanto isso, no Brasil, nos resta a emoção do hino a capella. [SAP] [O Globo]